olhei pra fora no alpendre e vi
a minha vó olhando pro nada,
na sua velha cadeira sentada!
sua sobrinha ligou bem nessa hora,
dizendo pra ela esperar lá fora,
que a irmã dela, num minuto afoito,
iria passar pra lhe levar biscoito!
passei o recado e a expressão logo mudou,
ela na hora se levantou e,
caminhando, disse em direção ao portão:
"não é ruim, não"!
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
terra firme
busco o novo mundo no céu
e ele com meus sonhos se funde...
essa dança de nuvens é lenta
tão efêmero mapa-mundi...
e ele com meus sonhos se funde...
essa dança de nuvens é lenta
tão efêmero mapa-mundi...
sábado, 7 de agosto de 2010
ciúme doentio
bem agora, à meia-noite,
ela deixou em mim uma dormência,
como uma meia-morte, e, cansada,
foi cair nos braços de outro.
esse abraço não é meu!
ela me disse o nome dele,
mas não quero me lembrar...
ela deixou em mim uma dormência,
como uma meia-morte, e, cansada,
foi cair nos braços de outro.
esse abraço não é meu!
ela me disse o nome dele,
mas não quero me lembrar...
sábado, 31 de julho de 2010
happy hour
na minha cerimônia de crisma,
deu em cisma com o chato do bispo
que não para de falar e falar...
e o fim, que parece nunca chegar,
de surpresa, muito feliz me faz:
"ide em paz, e que o senhor vos acompanhe"!
e de champanhe em mãos, uma ênfase profunda
inunda a catedral, a uma só voz,
no atroz brado dos amigos meus:
"graças a deus!!!"
(pra Carol)
deu em cisma com o chato do bispo
que não para de falar e falar...
e o fim, que parece nunca chegar,
de surpresa, muito feliz me faz:
"ide em paz, e que o senhor vos acompanhe"!
e de champanhe em mãos, uma ênfase profunda
inunda a catedral, a uma só voz,
no atroz brado dos amigos meus:
"graças a deus!!!"
(pra Carol)
sábado, 24 de julho de 2010
verde que te quero semente
germinando lentamente
a romper o asfalto quente
contra a espuma azul
do alto
agora verde, já verde
se eu procedo mal
ou se me volto pra trás
converto-me em estátua de sal
e de mim nada brota mais
não temas!
verde que te quero maduro
puro, a duras penas
vou tratar de buscar verde novo
longe da sombra de meu próprio ovo
germinando lentamente
a romper o asfalto quente
contra a espuma azul
do alto
agora verde, já verde
se eu procedo mal
ou se me volto pra trás
converto-me em estátua de sal
e de mim nada brota mais
não temas!
verde que te quero maduro
puro, a duras penas
vou tratar de buscar verde novo
longe da sombra de meu próprio ovo
quarta-feira, 21 de julho de 2010
condição
a morte está pra vida
como o corte pra ferida
não que a vida seja dor
pois é o mero condutor
do acaso que comanda
o girar de uma ciranda
é que um corte repentino
marca a sorte do destino
como o corte pra ferida
não que a vida seja dor
pois é o mero condutor
do acaso que comanda
o girar de uma ciranda
é que um corte repentino
marca a sorte do destino
sábado, 17 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
carta miragem
um dia me reclamou do vazio
que não encontro por perto
pois se é de fato deserto,
é quando o sol queima
e o suor escorre
e o vento seca
e a miragem engana
e o silêncio impera
e a areia cega
e bem longe da praia
você vai e se entrega
que não encontro por perto
pois se é de fato deserto,
é quando o sol queima
e o suor escorre
e o vento seca
e a miragem engana
e o silêncio impera
e a areia cega
e bem longe da praia
você vai e se entrega
domingo, 4 de julho de 2010
educado
eita, garoto acanhado!
garoto sempre calado
e quando muito perguntado:
"alguma dúvida?"
responde sempre:
"tenho muitas, obrigado"
garoto sempre calado
e quando muito perguntado:
"alguma dúvida?"
responde sempre:
"tenho muitas, obrigado"
terça-feira, 29 de junho de 2010
coração dos outros
é terra que pisa quem quer
coração com cerca
de arame farpado
pode ser tocado por quem quiser
a tristeza do coração
não está no coração
não é de solidão
não é por ser pisado
quem bem quer ver coração
deve arcar com a invasão
de uma terra produtiva
a tristeza do homem
é a condição de todo gado:
é poder passar a cerca
e estar do lado errado
é terra que pisa quem quer
coração com cerca
de arame farpado
pode ser tocado por quem quiser
a tristeza do coração
não está no coração
não é de solidão
não é por ser pisado
quem bem quer ver coração
deve arcar com a invasão
de uma terra produtiva
a tristeza do homem
é a condição de todo gado:
é poder passar a cerca
e estar do lado errado
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
pretérito perfeito
minha primeira professora de piano
me ensinou as notas através de cores.
até hoje, pra mim, cada nota é de uma cor!
dó foi a vermelha porque, na partitura,
é cortada ao meio...
dela eu já tive muito dó
(pra Fátima e pra Carol) :o)
me ensinou as notas através de cores.
até hoje, pra mim, cada nota é de uma cor!
dó foi a vermelha porque, na partitura,
é cortada ao meio...
dela eu já tive muito dó
(pra Fátima e pra Carol) :o)
aquela
"não disponho de todo o amor que quero
mas preciso de todo o amor que tenho"
assim me revelou por tabela
aquela que levaria
um dia a própria vida
vertida no jovem sofredor
de sua fantasia,
e usando da própria dor
como anestesia
mas a trágica e nostálgica calmaria do vento
ao fim, obrigada a assumir seu único papel
revelaria sua indiferença a seu olhar atento
e perdido,
agora ido.
mas preciso de todo o amor que tenho"
assim me revelou por tabela
aquela que levaria
um dia a própria vida
vertida no jovem sofredor
de sua fantasia,
e usando da própria dor
como anestesia
mas a trágica e nostálgica calmaria do vento
ao fim, obrigada a assumir seu único papel
revelaria sua indiferença a seu olhar atento
e perdido,
agora ido.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
(momento prosa)
São 4:30 da manhã. Vou contar o que aconteceu na noite do dia 11 pro dia 12. Costumo contar vivências pessoais - e este texto não será diferente -, mas não quero que tomem como desabafos, mas como paralelos (não perguntem, é isso e pronto rsrs). Este aqui considero até mesmo um "conto de poder", que é - de acordo com Carlos Castaneda - como se chamam as histórias que os guerreiros toltecas contavam aos seus aprendizes para os levar ao poder, à liberdade. E antes de qualquer comentário, essas histórias aconteciam também com não-guerreiros :o)
Tinha uma rolinha que resolveu chocar seus dois ovinhos no vaso do alpendre da minha casa. Minha mãe não achou ruim e resolveu deixar a rolinha lá, pelo tempo que fosse necessário pros passarinhos se "emanciparem".
Como o vaso ficava suspenso, pendurado pelo teto, ela poderia ficar mais segura dos gatos que costumavam perambular e cagar pelo alpendre às noites. E por alguns dias ela ficou lá sem problema nenhum.
Na noite mencionada, eu saí pro alpendre pra preparar o carro. Tinha me esquecido completamente da rolinha, e, enquanto voltava pra dentro pra pegar algo que eu tinha esquecido, sem querer esbarrei na planta do vaso e ela se assustou. Começou a voar num ponto do alpendre, querendo sair mas não sabendo como. Eu entrei em casa pra ver se ela se acalmava, até que ela parou de fazer barulho. Voltei pra fora, conferi no vaso e no carro, mas nada. Fui achar ela acuada no chão, no outro canto do alpendre, e abri o portão pra tirar o carro. Ela não saiu de lá.
Quando dei partida no carro, fiquei preocupado de passar por cima dela e saí do carro, com ele ligado, pra ver se ela ainda estava no mesmo canto, mas não, ela estava um pouco mais perto do portão, camuflada pela cor do chão.
Foi nesse momento que apareceu um gato branco a uns três metros dela, olhou-a, parou por um breve segundo e, num piscar de olhos, correu até ela, abocanhou-a, e saiu correndo. Isso a menos de um metro de onde eu estava.
Tentei assustar o gato, a rolinha ainda conseguiu se desprender dele por umas duas vezes, mas sem chances; ele sempre conseguia pegar ela no ar. E assim sumiu de vista.
Minha mãe e minha vó ficaram consternadas com o gato, chamaram de filho da puta, disseram que iam colocar veneno pra ele e etc, mas ficou por isso mesmo.
A questão que me coloquei é que as tais "boas intenções" não tem poder algum diante do acaso, totalmente impessoal. Nessa história, as "boas intenções", ao final das contas, acabaram se tornando a raiva e o assombro de uma pessoa diante dessa impessoalidade, o desejo de culpar o ato instintivo de um animal e cometer a mesma "atrocidade" que julgou estar nele, como se isso fosse para autenticar um protocolo; uma maneira de negar sua falta de controle diante desse tal destino.
Estou eu preocupado com o inimigo errado? Isso não é importante, mas também não é desprezível. Sem saber, posso estar caminhando com minhas próprias pernas em direção àquilo que realmente quero evitar, e é isso que o acaso impessoal pode estar preparando pra mim, e que nenhum cuidado ou caridade poderão evitar. O gato branco está a espreita de todos, sem excessão, e é pra ele que iremos um dia. É necessária a sobriedade de não procurar culpados, pois há um destino aí pra aceitar, sem qualquer sombra de acomodação ou inação... como uma condição, não uma maldição.
São 4:30 da manhã. Vou contar o que aconteceu na noite do dia 11 pro dia 12. Costumo contar vivências pessoais - e este texto não será diferente -, mas não quero que tomem como desabafos, mas como paralelos (não perguntem, é isso e pronto rsrs). Este aqui considero até mesmo um "conto de poder", que é - de acordo com Carlos Castaneda - como se chamam as histórias que os guerreiros toltecas contavam aos seus aprendizes para os levar ao poder, à liberdade. E antes de qualquer comentário, essas histórias aconteciam também com não-guerreiros :o)
Tinha uma rolinha que resolveu chocar seus dois ovinhos no vaso do alpendre da minha casa. Minha mãe não achou ruim e resolveu deixar a rolinha lá, pelo tempo que fosse necessário pros passarinhos se "emanciparem".
Como o vaso ficava suspenso, pendurado pelo teto, ela poderia ficar mais segura dos gatos que costumavam perambular e cagar pelo alpendre às noites. E por alguns dias ela ficou lá sem problema nenhum.
Na noite mencionada, eu saí pro alpendre pra preparar o carro. Tinha me esquecido completamente da rolinha, e, enquanto voltava pra dentro pra pegar algo que eu tinha esquecido, sem querer esbarrei na planta do vaso e ela se assustou. Começou a voar num ponto do alpendre, querendo sair mas não sabendo como. Eu entrei em casa pra ver se ela se acalmava, até que ela parou de fazer barulho. Voltei pra fora, conferi no vaso e no carro, mas nada. Fui achar ela acuada no chão, no outro canto do alpendre, e abri o portão pra tirar o carro. Ela não saiu de lá.
Quando dei partida no carro, fiquei preocupado de passar por cima dela e saí do carro, com ele ligado, pra ver se ela ainda estava no mesmo canto, mas não, ela estava um pouco mais perto do portão, camuflada pela cor do chão.
Foi nesse momento que apareceu um gato branco a uns três metros dela, olhou-a, parou por um breve segundo e, num piscar de olhos, correu até ela, abocanhou-a, e saiu correndo. Isso a menos de um metro de onde eu estava.
Tentei assustar o gato, a rolinha ainda conseguiu se desprender dele por umas duas vezes, mas sem chances; ele sempre conseguia pegar ela no ar. E assim sumiu de vista.
Minha mãe e minha vó ficaram consternadas com o gato, chamaram de filho da puta, disseram que iam colocar veneno pra ele e etc, mas ficou por isso mesmo.
A questão que me coloquei é que as tais "boas intenções" não tem poder algum diante do acaso, totalmente impessoal. Nessa história, as "boas intenções", ao final das contas, acabaram se tornando a raiva e o assombro de uma pessoa diante dessa impessoalidade, o desejo de culpar o ato instintivo de um animal e cometer a mesma "atrocidade" que julgou estar nele, como se isso fosse para autenticar um protocolo; uma maneira de negar sua falta de controle diante desse tal destino.
Estou eu preocupado com o inimigo errado? Isso não é importante, mas também não é desprezível. Sem saber, posso estar caminhando com minhas próprias pernas em direção àquilo que realmente quero evitar, e é isso que o acaso impessoal pode estar preparando pra mim, e que nenhum cuidado ou caridade poderão evitar. O gato branco está a espreita de todos, sem excessão, e é pra ele que iremos um dia. É necessária a sobriedade de não procurar culpados, pois há um destino aí pra aceitar, sem qualquer sombra de acomodação ou inação... como uma condição, não uma maldição.
sábado, 12 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
amplexo
plexo solar queimando!
é o instante -
não é infarto -
em que o sol
cobre a sombra
da qual estou farto
é o instante -
não é infarto -
em que o sol
cobre a sombra
da qual estou farto
quarta-feira, 2 de junho de 2010
copo d'água
o intento é a água
onde nada este momento...
e não o contrário
neste mesmo instante
vem o segundo adiante
e se enrosca na rede
mas o velho pescador
não mata fome nem sede
onde nada este momento...
e não o contrário
neste mesmo instante
vem o segundo adiante
e se enrosca na rede
mas o velho pescador
não mata fome nem sede
terça-feira, 1 de junho de 2010
(momento prosa)
São 4:45 da madrugada. Vou relatar um acontecimento da semana passada, quando trabalhei como garçon de buffet num evento grande que teve aqui por Sampa.
Sampa é um lugar grandinho, mas às vezes até acontece da gente encontrar um conhecido aqui ou ali... nem é assim tão incomum.
Enquanto eu dava suporte à galera do evento (e servia os que estavam cansados demais pra apertar o botaozinho do café), avistei uma menina que tinha estudado em Ouro Preto também. No segundo dia do evento, ela se aproximou pra pegar café e eu falei com ela. Rolou um desconforto básico, deu pra notar... mas o diálogo foi esse:
- Você estudou em Ouro Preto, não foi?
- Foi sim, fiz #######... você também estudou lá?
- Aham, fiz artes cênicas.
- Ah, bacana. Eu não me lembro de você... mas você se lembra de mim!
- Pois é, deve ser do bandejão... nossos cursos não são tão próximos...
- É, deve ser. Bem... então, bom trabalho pra você.
- Valeu. A gente se fala!
Agora vou dizer como conheci essa menina:
Em 2003, algumas semanas depois do Hotel Pilão da Praça Tiradentes pegar fogo (eu morava do lado desse hotel, e tive que mudar de casa por uns tempos), um evento ocorria sempre aos domingos na mesma Praça... a galera tocava música, dava algodão doce de graça e etc. Pouco mais à noite, tava eu naquele clima de enterro quando apareceu um amigo (juro que me esqueci quem rsrsrs) e trocamos idéia um pouco. Essa menina, conhecida dele, chegou e começamos a conversar, até que ele foi embora e nos deixou sozinhos. Eu tava simplesmente encantado :o)
Sentamos no monumento da praça e ficamos assistindo a apresentação de voz e violão, conversando por um bom tempo. Dois bobos afim um do outro, mas sem passar da conversinha mole, até o fim da apresentação.
Acompanhei ela até o táxi, rolou uma despedida meio sem jeito dos dois, aquele clima gostoso que não passou disso... e não me lembro de ter visto ela de novo. Só sei que fiquei um bom tempo querendo encontrar com ela de novo, sabia o nome dela e tal (um nome até incomum), mas nunca fui atrás.
Tirei algumas conclusões disso tudo...
São 4:45 da madrugada. Vou relatar um acontecimento da semana passada, quando trabalhei como garçon de buffet num evento grande que teve aqui por Sampa.
Sampa é um lugar grandinho, mas às vezes até acontece da gente encontrar um conhecido aqui ou ali... nem é assim tão incomum.
Enquanto eu dava suporte à galera do evento (e servia os que estavam cansados demais pra apertar o botaozinho do café), avistei uma menina que tinha estudado em Ouro Preto também. No segundo dia do evento, ela se aproximou pra pegar café e eu falei com ela. Rolou um desconforto básico, deu pra notar... mas o diálogo foi esse:
- Você estudou em Ouro Preto, não foi?
- Foi sim, fiz #######... você também estudou lá?
- Aham, fiz artes cênicas.
- Ah, bacana. Eu não me lembro de você... mas você se lembra de mim!
- Pois é, deve ser do bandejão... nossos cursos não são tão próximos...
- É, deve ser. Bem... então, bom trabalho pra você.
- Valeu. A gente se fala!
Agora vou dizer como conheci essa menina:
Em 2003, algumas semanas depois do Hotel Pilão da Praça Tiradentes pegar fogo (eu morava do lado desse hotel, e tive que mudar de casa por uns tempos), um evento ocorria sempre aos domingos na mesma Praça... a galera tocava música, dava algodão doce de graça e etc. Pouco mais à noite, tava eu naquele clima de enterro quando apareceu um amigo (juro que me esqueci quem rsrsrs) e trocamos idéia um pouco. Essa menina, conhecida dele, chegou e começamos a conversar, até que ele foi embora e nos deixou sozinhos. Eu tava simplesmente encantado :o)
Sentamos no monumento da praça e ficamos assistindo a apresentação de voz e violão, conversando por um bom tempo. Dois bobos afim um do outro, mas sem passar da conversinha mole, até o fim da apresentação.
Acompanhei ela até o táxi, rolou uma despedida meio sem jeito dos dois, aquele clima gostoso que não passou disso... e não me lembro de ter visto ela de novo. Só sei que fiquei um bom tempo querendo encontrar com ela de novo, sabia o nome dela e tal (um nome até incomum), mas nunca fui atrás.
Tirei algumas conclusões disso tudo...
sexta-feira, 21 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
suco de maracujá
- liquidificador?!
- ao seu dispor.
- água de torneira?!
- não, da geladeira.
- adoçante?!
- sim, adiante.
- faca de pão?!
- tá na mão.
- então... descascar maracujá!!
- é pra já!
(pra Lelê) :o)
- ao seu dispor.
- água de torneira?!
- não, da geladeira.
- adoçante?!
- sim, adiante.
- faca de pão?!
- tá na mão.
- então... descascar maracujá!!
- é pra já!
(pra Lelê) :o)
sexta-feira, 30 de abril de 2010
verdade
o sorriso verdadeiro explode, detona e escancara.
é a expressão artística em seu estado mais puro...
a obra-prima de cada indivíduo!
uma gema de "arte bruta"
(ainda mais bruta que a de Wölfli)
que, desenterrada num impulso misterioso e irrefreável,
explode numa manifestação única, inspiradora,
desprovida de apetrechos e técnicas,
detona dores e frustrações,
e escancara a total responsabilidade do apreciador
por suas interpretações, escolhas, reações...
é a expressão artística em seu estado mais puro...
a obra-prima de cada indivíduo!
uma gema de "arte bruta"
(ainda mais bruta que a de Wölfli)
que, desenterrada num impulso misterioso e irrefreável,
explode numa manifestação única, inspiradora,
desprovida de apetrechos e técnicas,
detona dores e frustrações,
e escancara a total responsabilidade do apreciador
por suas interpretações, escolhas, reações...
terça-feira, 27 de abril de 2010
grito de guerra niilista da Imprópria Cia. Teatral
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
...
(viva a Imprópria Cia. Teatral sem fim) :o)
vou repetir:
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
vou repetir:
eu já falei
...
(viva a Imprópria Cia. Teatral sem fim) :o)
quinta-feira, 15 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
aniversário da vó
me enrosco nos fiapos de papel
das balinhas de coco
e o olho brilha:
no meio deles tem outra
balinha de coco
bala delícia
derrete na boca
e minha vó adora...
a dentadura não deixa
mastigar caramelo
sorri amarelo
das balinhas de coco
e o olho brilha:
no meio deles tem outra
balinha de coco
bala delícia
derrete na boca
e minha vó adora...
a dentadura não deixa
mastigar caramelo
sorri amarelo
segunda-feira, 5 de abril de 2010
domingo, 4 de abril de 2010
pára bens
não me encham o saco
nesta minha nova idade...
"parabéns" não tem nada a ver
com processo de interdição
por senilidade
(perco seguidor, mas... kkkk) :o)
nesta minha nova idade...
"parabéns" não tem nada a ver
com processo de interdição
por senilidade
(perco seguidor, mas... kkkk) :o)
quarta-feira, 31 de março de 2010
nem que tenha que sujar
as mãos
nem que tenha que contar
seus "nãos"
nem que venha a me sentir
um monge
nem que venha a sussurrar
de longe
nem que tenha que pagar
a língua
nem que tenha que me ver
à míngua
nem que seja numa lua
cheia
nem que seja pr’uma volta
ou meia
nem que venha a me fazer
garboso
nem que tenha que sorrir
nervoso
nem que acabe por verter
em dor
nem que venha a desbotar
a cor
nem que passe a remexer
escombros
nem que seja para dar
de ombros
nem que tenha que morrer
na praia
nem que passe a ser da sua
laia
nem que tenha que cortar
os pulsos
nem que venha a reprimir
impulsos
nem que seja pra perder
o trem
nem que seja pra dizer
que vem
nem que tenha que engolir
o choro
nem que tenha que gritar
em coro
nem que tenha que rasgar
a roupa
nem que queira jogar fora
a polpa
nem que seja pra cantar
de galo
nem que seja pra quebrar
no talo
nem que queira caçoar
me ouça
já que sou quem vai lavar
a louça
no momento pelo qual
me calo
as mãos
nem que tenha que contar
seus "nãos"
nem que venha a me sentir
um monge
nem que venha a sussurrar
de longe
nem que tenha que pagar
a língua
nem que tenha que me ver
à míngua
nem que seja numa lua
cheia
nem que seja pr’uma volta
ou meia
nem que venha a me fazer
garboso
nem que tenha que sorrir
nervoso
nem que acabe por verter
em dor
nem que venha a desbotar
a cor
nem que passe a remexer
escombros
nem que seja para dar
de ombros
nem que tenha que morrer
na praia
nem que passe a ser da sua
laia
nem que tenha que cortar
os pulsos
nem que venha a reprimir
impulsos
nem que seja pra perder
o trem
nem que seja pra dizer
que vem
nem que tenha que engolir
o choro
nem que tenha que gritar
em coro
nem que tenha que rasgar
a roupa
nem que queira jogar fora
a polpa
nem que seja pra cantar
de galo
nem que seja pra quebrar
no talo
nem que queira caçoar
me ouça
já que sou quem vai lavar
a louça
no momento pelo qual
me calo
dança das máscaras
| :o))o:|
|:o((o: |
| :o))o:|
|:o((o: |
| :o))o:|
|:o((o: |
| :o))o:|
agora de mãos dadas
...:o))o::o((o::o))o::o((o::o))o::o((o::o))o:...
|:o((o: |
| :o))o:|
|:o((o: |
| :o))o:|
|:o((o: |
| :o))o:|
agora de mãos dadas
...:o))o::o((o::o))o::o((o::o))o::o((o::o))o:...
brinde
vamos levantar um brinde
para o fim de tudo:
não quero mais olhar pra frente...
a esperança é o alimento do futuro
sendo o puro veneno do presente
para o fim de tudo:
não quero mais olhar pra frente...
a esperança é o alimento do futuro
sendo o puro veneno do presente
segunda-feira, 29 de março de 2010
comunhão
a amizade
tem uma santíssima trindade:
beijo,
abraço
e palavrão
tem de ter
senão, é não...
e que se amem,
amém!
(que se fodam também rsrsrs) :o)
tem uma santíssima trindade:
beijo,
abraço
e palavrão
tem de ter
senão, é não...
e que se amem,
amém!
(que se fodam também rsrsrs) :o)
domingo, 14 de março de 2010
medalha
fica aí o meu conselho:
o seu tesouro
é ver o ouro
pela prata do espelho
(pra minha amiga "I", que não pediu o conselho, mas peço licença poética) :o)
o seu tesouro
é ver o ouro
pela prata do espelho
(pra minha amiga "I", que não pediu o conselho, mas peço licença poética) :o)
sexta-feira, 12 de março de 2010
e agora...
em terra sem eira nem beira
uma nuvem carpideira
lava as cinzas da quarta-feira
(fim do carnaval de 2008 em ouro preto) :o)
uma nuvem carpideira
lava as cinzas da quarta-feira
(fim do carnaval de 2008 em ouro preto) :o)
sexta-feira, 5 de março de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
impressões
na morte lenta desse longo casamento
por um momento um filme veio à mente
amargar tão e somente cenas pungentes
cujas lentes se mostraram embaçadas
com as digitais do câmera "acaso":
para nós, provas de um crime
arte sublime, em todo caso
(pra Jujuba, amiga especialíssima) :o)
por um momento um filme veio à mente
amargar tão e somente cenas pungentes
cujas lentes se mostraram embaçadas
com as digitais do câmera "acaso":
para nós, provas de um crime
arte sublime, em todo caso
(pra Jujuba, amiga especialíssima) :o)
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
piada
numa tenra idade
aprendi a rir
sem ter vontade
(pra figura que fez eu me rir, aos 8 anos de idade) :o|
aprendi a rir
sem ter vontade
(pra figura que fez eu me rir, aos 8 anos de idade) :o|
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
sentimento-mor
um grande amigo me contou
sobre o caso entre a-mor
e seu companheiro o-mor
me permiti rir de graça
de incondicional favor
(pro meu amigo Bruno, que me contou isso aí) :o)
sobre o caso entre a-mor
e seu companheiro o-mor
me permiti rir de graça
de incondicional favor
(pro meu amigo Bruno, que me contou isso aí) :o)
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
(momento prosa)
São 5 da tarde. Ontem aconteceu uma cena que achei muito interessante:
Tava curtindo a piscina aqui do prédio mais ou menos nesta mesma hora. Minha amiga Ju tava comigo, e haviam duas meninas de mais ou menos 10 anos de idade brincando pra valer.
Depois de um tempo, percebemos que umas 3 crianças na faixa de 4, 5 e 6 anos chegaram correndo até o portão da piscina e pararam. Justamente nesse momento, uma das tais 2 meninas (que já estavam lá) deu um pulo na piscina. A mãe das criancinhas menores chegou correndo, pensando que uma delas tinha pulado e comentou com a gente que tinha levado um susto. Conversamos um pouquinho e ela resolveu deixar o portão da piscina fechado, para que as crianças não entrassem. E se foi para a portaria, de onde eu ainda a conseguia avistar.
A criancinha maior e a menor ficaram olhando a água pelas grades do portão, morrendo de vontade de entrar, e tentaram passar pelas grades - até conseguiriam -, mas desistiram.
A menina maior se afastou um pouco do portão e bateu o pé numa pequena poça de água que tinha ali, contentando-se com isso. E aí se foram pra junto da mãe.
Um tempo depois, alguém chegou e abriu novamente o portão.
A Ju e eu estávamos conversando, quando vi que a criancinha maior (a mesma da poça) chegou correndo, como se tivesse avistado o portão aberto e estivesse aproveitando a oportunidade. Comentei isso com a Ju. Mas o que aconteceu foi o seguinte: a menina parou no portão e fechou-o bem devagar, indo embora em seguida.
Pouco depois, a mãe de uma das 2 meninas de 10 anos chegou e falou rispidamente com ela para que se enxugasse, para ir embora logo, pois já tava na hora. O clima de diversão que as duas estavam mantendo morreu de uma forma tão gritante que a Ju e eu não pudemos deixar de comentar a situação.
Sabíamos que não tinha nada a ver com o fato de estarem indo embora... e sim com o respeito que os pais tem pela diversão de seus filhos.
triste criança
aprendeu a sorrir
fechando a porta
que deseja abrir
São 5 da tarde. Ontem aconteceu uma cena que achei muito interessante:
Tava curtindo a piscina aqui do prédio mais ou menos nesta mesma hora. Minha amiga Ju tava comigo, e haviam duas meninas de mais ou menos 10 anos de idade brincando pra valer.
Depois de um tempo, percebemos que umas 3 crianças na faixa de 4, 5 e 6 anos chegaram correndo até o portão da piscina e pararam. Justamente nesse momento, uma das tais 2 meninas (que já estavam lá) deu um pulo na piscina. A mãe das criancinhas menores chegou correndo, pensando que uma delas tinha pulado e comentou com a gente que tinha levado um susto. Conversamos um pouquinho e ela resolveu deixar o portão da piscina fechado, para que as crianças não entrassem. E se foi para a portaria, de onde eu ainda a conseguia avistar.
A criancinha maior e a menor ficaram olhando a água pelas grades do portão, morrendo de vontade de entrar, e tentaram passar pelas grades - até conseguiriam -, mas desistiram.
A menina maior se afastou um pouco do portão e bateu o pé numa pequena poça de água que tinha ali, contentando-se com isso. E aí se foram pra junto da mãe.
Um tempo depois, alguém chegou e abriu novamente o portão.
A Ju e eu estávamos conversando, quando vi que a criancinha maior (a mesma da poça) chegou correndo, como se tivesse avistado o portão aberto e estivesse aproveitando a oportunidade. Comentei isso com a Ju. Mas o que aconteceu foi o seguinte: a menina parou no portão e fechou-o bem devagar, indo embora em seguida.
Pouco depois, a mãe de uma das 2 meninas de 10 anos chegou e falou rispidamente com ela para que se enxugasse, para ir embora logo, pois já tava na hora. O clima de diversão que as duas estavam mantendo morreu de uma forma tão gritante que a Ju e eu não pudemos deixar de comentar a situação.
Sabíamos que não tinha nada a ver com o fato de estarem indo embora... e sim com o respeito que os pais tem pela diversão de seus filhos.
triste criança
aprendeu a sorrir
fechando a porta
que deseja abrir
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
dança
se o fenecer
do lindo dia
é o que há de ser...
volta inteira
vou ver
(pra minha amiga Lud e pro Leminski) :o)
do lindo dia
é o que há de ser...
volta inteira
vou ver
(pra minha amiga Lud e pro Leminski) :o)
ad libitum
nesta marcha sem compasso
é gratuito cada passo
não se tem sequer escolta
muito menos meia volta
é gratuito cada passo
não se tem sequer escolta
muito menos meia volta
domingo, 3 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
companheira
com seu usual assombro
busca o tolo companheiro
o conforto de um ombro:
"de todas as eiras e beiras
és a melhor das conselheiras:
que faço eu com mi'a demência
de triste escravo da prudência?"
com sua usual frieza
mostra a dura companheira
a condição de sua presa:
"ao caçador pede um conselho
o desenganado coelho.
pois digo eu, que nunca errei,
que em ti, ainda, não toquei!"
busca o tolo companheiro
o conforto de um ombro:
"de todas as eiras e beiras
és a melhor das conselheiras:
que faço eu com mi'a demência
de triste escravo da prudência?"
com sua usual frieza
mostra a dura companheira
a condição de sua presa:
"ao caçador pede um conselho
o desenganado coelho.
pois digo eu, que nunca errei,
que em ti, ainda, não toquei!"
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